sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O vento e a carta

O vento vem em minha direção, com um gosto de água salgada, trazendo consigo uma tonelada de pensamentos. Lembrei-me daquela carta guardada no fundo do armário. Aquela carta que escrevi com o coração apertado e que nunca chegarei a entregar. É. Foi justamente depois daquela noite chuvosa. É... aquela noite chuvosa que ficará para sempre em minha memória. Um desabafo que nunca chegará ao seu destino. Talvez por vergonha... talvez por comodismo... ou talvez por querer deixar o passado em seu devido lugar.

O gosto da água salgada trouxe à tona lembranças mais distantes. Um sorriso, um beijo, um abraço... Entre uma gota de chuva e outra, o mundo ao nosso redor se dissipava.

Aqui estou eu... calma por fora, mas por dentro estou uma tempestade incontrolável de lembranças prazerosas. E quem me dera se a vida fosse feita só desses momentos. Não... A vida nos trás mais tormenta do que calmaria. Uma bigorna insiste em se pressionar contra meu peito, uma lágrima insiste em cair. Porque?

Eu só queria que você pudesse me ler. Ao menos por algumas linhas, até desistir. Uma carta minha só pra você. Especial. Única. Com receios e temores que só você entenderia. Com medos que só você poderia afastar. Eu só queria você. De novo.

















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