quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Carta a um amor que se foi



Querido,


Você vai algum dia voltar pra casa? Entrar pela porta da frente me contando como foi o dia? Você vai algum dia voltar a reclamar do seu colega de trabalho que fala muito? Ou da sua chefe e seus sapatos irritantes? Você vai algum dia voltar pra casa e me encher de perguntas? Me perguntar como foi na editora ou rir de um caso de algum cliente?

A saudade é tanta que meu corpo chega a doer. A cama está tão grande e vazia, a casa tão silenciosa, a cozinha tão limpa. Lembro-me de seus momentos de reflexão matutina, em que você tentava me convencer que somos todos loucos, que temos consciência disso mas simplesmente ignoramos. Amo o seu jeito de ver o mundo, de se portar diante dele. Ver o mundo pelos seus olhos é algo que nunca vou me esquecer.

Sinto falta dos nossos momentos juntos, de como aproveitávamos o mundo. Gostaria de me desculpar por exigir que você fosse quem eu gostaria que fosse e não aproveitar quem você realmente é.

Por favor, volte.

Sua amada.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Perguntas

O que é a palavra? Pra que serve a palavra? Até que ponto a palavra que escrevo reflete quem eu sou? Será que o que escrevo é o que sou? Ou será que a palavra que escrevo mostra apenas parte de mim? Ou será que a palavra que escrevo modifica quem eu sou? As palavras que escrevi são minhas ou são de quem lê? Até que ponto o que escrevo é meu? Até quando as palavras escritas  podem preencher o vazio em mim exitente?

Seriam só palavras?