sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O vento e a carta

O vento vem em minha direção, com um gosto de água salgada, trazendo consigo uma tonelada de pensamentos. Lembrei-me daquela carta guardada no fundo do armário. Aquela carta que escrevi com o coração apertado e que nunca chegarei a entregar. É. Foi justamente depois daquela noite chuvosa. É... aquela noite chuvosa que ficará para sempre em minha memória. Um desabafo que nunca chegará ao seu destino. Talvez por vergonha... talvez por comodismo... ou talvez por querer deixar o passado em seu devido lugar.

O gosto da água salgada trouxe à tona lembranças mais distantes. Um sorriso, um beijo, um abraço... Entre uma gota de chuva e outra, o mundo ao nosso redor se dissipava.

Aqui estou eu... calma por fora, mas por dentro estou uma tempestade incontrolável de lembranças prazerosas. E quem me dera se a vida fosse feita só desses momentos. Não... A vida nos trás mais tormenta do que calmaria. Uma bigorna insiste em se pressionar contra meu peito, uma lágrima insiste em cair. Porque?

Eu só queria que você pudesse me ler. Ao menos por algumas linhas, até desistir. Uma carta minha só pra você. Especial. Única. Com receios e temores que só você entenderia. Com medos que só você poderia afastar. Eu só queria você. De novo.

















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Céu sem estrelas

É... e não é que isso tudo aconteceu? Perdi o teto mas cadê as estrelas que me prometeram? Cadê tudo aquilo de que "um dia passa"?

Nunca estive tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Nunca me importei tanto ao mesmo tempo em que faço tão pouco caso disso. Nunca me doeu tanto ao mesmo tempo que me conforta.



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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Um banho e os pensamentos

Realmente não há lugar melhor para pensar na vida do que debaixo do chuveiro. Entre diálogos inventados que nunca acontecem, planos para a vida que nuca chegamos a realizar, músicas cantadas que lavam a alma, eu relaxo. Depois de um dia atordoado, ou antes de uma nova sessão de atribulações, o banho é a melhor coisa já inventada.

Aquela água morna que relaxa os músculos, aquele vapor que simplesmente não faz nada, mas de certa forma ajuda... aquele sabonete cheiroso, aquela bucha macia - uma bem áspera às vezes cai bem, para limpar todas as impurezas que recebemos de pessoas impuras.

As pequenas gotas de água vão me limpando, parte dos problemas e das dores de cabeça vão para o ralo embalados no sabão.

E é quando eu não me lavo que o banho é mais produtivo. Penso no que poderia ter dito, no que poderia ser feito. Penso em pequenas brigas, que não passam de sussurros e gritos abafados pelo chuveiro. São nessas brigas imaginárias que me abro, mostro minhas angústias. São essas brigas imaginárias que impedem que eu desconte minhas frustrações em quem não merece.

Diálogos e conversas, encontros e desencontros. Tudo ensaiado para nunca acontecer. Histórias que nascem dentro do box do banheiro mas que nunca saem de lá.

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