Realmente, “quando a Morte conta uma história, você deve
parar pra ler.” Deve para ler, mas não apenas ler por ler. Deve refletir,
pensar, sofrer, chorar. Quando a morte conta uma história, você deve estar
totalmente imerso nessa história.
Se eu chorei enquanto lia A culpa é das estrelas, não é nada comparado com A menina que roubava livros. Se chorei a
morte de Gus, não foi nada perto das idas de Max. Se sofri a dor dos pais de
Hazel, não foi nada perto da dor da mãe de Liesel ao carregar o filho morto e
depois entregar a filha para ser criada por outras pessoas.

Ah, a Morte. Uma história narrada pela morte. Uma outra
visão, embora não menos sofrida, de uma época marcada pelos massacres e pelo
sofrimento. Uma visão da Morte sobrecarregada de tantas almas a carregar, e ao
buscar uma dessas almas conhece a garota. Uma visão da Morte que encontrou a
garota três vezes ainda em vida. Uma visão da Morte. Nada mais. Uma história
com um toque de efeito borboleta, que nos prende a cada palavra. Afinal, teria
Liesel sobrevivido no porão se não fosse o caderninho preto dado por Ilsa
Hermann? Teria Ilsa sido cativada por Liesel caso Rosa Hubermann não tivesse
dado à garota a tarefa de levar e buscar as roupas sujas? Não. O roubo dos
livros da biblioteca de Frau Hermann feitos pela garota Meminger, a maioria com
Rudy acompanhando e ajudando (na medida do possível), é a chave de toda a história.
Rudy, o garoto com cabelos cor de limão. Que como disse a própria
morte, morreria sem o esperado beijo de Liesel. Rudy, o garoto que poderia ter
sobrevivido ao bombardeio.
São tantos “se” que poderiam ser encaixados aqui. São tantos
“se” que poderiam ter aliviado o sofrimento de alguns personagens. São tantos “se”
que mudariam por completo o rumo da história. Se... se... se... O fato é: a
história é triste. Comovente. Marcada pelos horrores de Hitler. Marcada pelo
sofrimento de crianças e adultos, cristãos e judeus. Marcada pela guerra.
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