Nesta segunda demos início à leitura do livro "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. As opiniões que ouvi antes da leitura foram várias e diversas: desde "Esse livro é muito é magnífico" até "trauma eterno". Mas uma coisa é fato: é um clássico de leitura obrigatória. Então que mal tem? O que não mata engorda.
"Rezo cristão, católico, embrenho a certo; e aceito as preces de compadre meu. Quelemém, doutrina dele, de Cardéque."
A escrita peculiar da obra nos passa a impressão de que o falante está conversando com alguém, ou por muitas vezes, tudo faz parte de um grande monólogo.
"Depois, de arte: que o Liso do Sussuarão não concedia passagem a gente viva, era o raso pior havente, era um escampo dos infernos. Se é, se? Ah, existe, meu! Eh... Que nem o Vão-do-Buraco? Ah, não, isto é coisa diversa (...) Ah, o Tabuleiro? Senhor então conhece?"
A lentidão da descrição reforça o aspecto visual da obra, bem como o tempo da memória é reforçado pelo uso de reticências: as memórias e lembranças não são contínuas, mas sim marcadas por esquecimentos e pausas.
"Por mim, tantos vi, que aprendi. Rincha-Mãe, Sangue-d'Outro, o Muitos-Beiços, o Rasga-em-Baixo, Faca-Fria, o Fancho-Bode, um Treciziano, o Azinhavre... o Hermógenes... Deles, punhadão. Se eu pudesse esquecer tantos nomes... Não sou amansador de cavalos!"
E assim adentramos nesse novo mundo, o mundo do sertão... E com uma nova leitura, uma nova descoberta, e inúmeras reflexões.
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